Por que mentimos para nós mesmos?
Essa é uma pergunta difícil de ser respondida em poucas
palavras! De certo a insegurança tem grande parte de culpa nisso, nessas
pequenas fantasias que criamos em nossa cabeça para tentar explicar a nós
mesmos questões que, no momento, não sabemos responder, nos perdemos da verdade
e deixamos de lado o principal, a busca pelo autoconhecimento.
Um grande filósofo certa vez deixou um dos maiores conselhos
possíveis para uma vida honesta e comprometida consigo mesmo “Conheça-te a ti
mesmo”. Sócrates sabia que esse era o segredo para uma vida feliz, de grandes
problemas e confusões, porque afinal de contas, isso é o que dá graça à vida,
mas com realizações e a certeza de que se conhecendo está no caminho mais
acertado para a descoberta do seu próprio universo.
Em nossas relações que temos com as pessoas, muitas vezes,
nos vestimos de máscaras para nos adequarmos a algumas situações. Essa é a resposta
que devolvemos a sociedade quando ela nos cobra atitudes que nem sempre se
enquadram com as que verdadeiramente acreditamos. O primeiro exemplo disso
acontece quando estamos diante de alguém que consideramos importante, queremos
parecer importante para ela em retribuição a importância que damos a essa
pessoa. Como se essa atitude fosse um escudo psicológico que criamos para nos
defendermos da nossa insegurança, causada pelo medo de não sermos aceitos pelo
outro. Nesse sentido estamos sempre mentindo.
Em nossas bebedeiras filosóficas chegamos a outra questão,
será que o medo do outro, do que o outro pensa ou pode pensar, é maior do que a
nossa própria compreensão sobre quem somos na realidade?
Então, devemos pensar que esse medo é uma espécie de
mediador das convenções sociais, para impedir que nos tornemos aquela pessoa
sem filtro, aquela que faz tudo o que quer, diz tudo o que pensa sem se importar
com os demais. Nesse comportamento existem dois lados, o lado em que você
finge, você pondera o que diz, para evitar mágoas e desentendimentos no seu
convívio social, porém corre o risco de se perder de quem é, que em meios as
máscaras, não consegue achar sua verdadeira face.
No entanto, há um outro lado. Por mais que honestidade em
exagero cause danos, ela também proporciona uma maior liberdade pessoal, em que
você se conhece e tem a possibilidade de expor o que pensa e sente. Mas este
ato não pode ser considerado um mecanismo de autopreservação? Em que você evita
expor totalmente suas fraquezas a fim de se proteger de possíveis ameaças?
Não sabemos se é essa ideia ou se é a cerveja, mas não
parece um resquício de um instinto primitivo? Se antes, no período em que os
homens andavam com as bundas peladas e vivam nas cavernas, o maior dos perigos
era ser devorado por uma fera, na atualidade mesmo apesar da violência urbana,
o que causa mais medo é se sentir inseguro ou ameaçado emocional e psicologicamente
pelos outros, não é?
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