sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Discussão I - As mentiras que inventamos para nós mesmos

Por que mentimos para nós mesmos?
Essa é uma pergunta difícil de ser respondida em poucas palavras! De certo a insegurança tem grande parte de culpa nisso, nessas pequenas fantasias que criamos em nossa cabeça para tentar explicar a nós mesmos questões que, no momento, não sabemos responder, nos perdemos da verdade e deixamos de lado o principal, a busca pelo autoconhecimento.
Um grande filósofo certa vez deixou um dos maiores conselhos possíveis para uma vida honesta e comprometida consigo mesmo “Conheça-te a ti mesmo”. Sócrates sabia que esse era o segredo para uma vida feliz, de grandes problemas e confusões, porque afinal de contas, isso é o que dá graça à vida, mas com realizações e a certeza de que se conhecendo está no caminho mais acertado para a descoberta do seu próprio universo.
Em nossas relações que temos com as pessoas, muitas vezes, nos vestimos de máscaras para nos adequarmos a algumas situações. Essa é a resposta que devolvemos a sociedade quando ela nos cobra atitudes que nem sempre se enquadram com as que verdadeiramente acreditamos. O primeiro exemplo disso acontece quando estamos diante de alguém que consideramos importante, queremos parecer importante para ela em retribuição a importância que damos a essa pessoa. Como se essa atitude fosse um escudo psicológico que criamos para nos defendermos da nossa insegurança, causada pelo medo de não sermos aceitos pelo outro. Nesse sentido estamos sempre mentindo.
Em nossas bebedeiras filosóficas chegamos a outra questão, será que o medo do outro, do que o outro pensa ou pode pensar, é maior do que a nossa própria compreensão sobre quem somos na realidade?
Então, devemos pensar que esse medo é uma espécie de mediador das convenções sociais, para impedir que nos tornemos aquela pessoa sem filtro, aquela que faz tudo o que quer, diz tudo o que pensa sem se importar com os demais. Nesse comportamento existem dois lados, o lado em que você finge, você pondera o que diz, para evitar mágoas e desentendimentos no seu convívio social, porém corre o risco de se perder de quem é, que em meios as máscaras, não consegue achar sua verdadeira face.
No entanto, há um outro lado. Por mais que honestidade em exagero cause danos, ela também proporciona uma maior liberdade pessoal, em que você se conhece e tem a possibilidade de expor o que pensa e sente. Mas este ato não pode ser considerado um mecanismo de autopreservação? Em que você evita expor totalmente suas fraquezas a fim de se proteger de possíveis ameaças?

Não sabemos se é essa ideia ou se é a cerveja, mas não parece um resquício de um instinto primitivo? Se antes, no período em que os homens andavam com as bundas peladas e vivam nas cavernas, o maior dos perigos era ser devorado por uma fera, na atualidade mesmo apesar da violência urbana, o que causa mais medo é se sentir inseguro ou ameaçado emocional e psicologicamente pelos outros, não é?

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